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Amélia - Parte II




II - Sobre sonhos e desejos

 O que aconteceu nesse meio tempo é totalmente irrelevante para essa história. O que acontece com uma menina que vai morar com pessoas desconhecidas em uma cidade que nada tem além de paisagem não pode ser muito interessante. Voltei a São Paulo sete anos depois, cheia de sonhos para realizar os quais não foram possíveis naquela época. Marcelo abrigou-me em seu apartamento, como era gentil aquele homem. Deu-me um quarto decorado, me deu roupas de marca, me deu a vida que eu tive até os doze, por um ano. Dois meses antes de este ano acabar, por um descuido deixei a porta do quarto aberta enquanto dormia, para minha infelicidade a coberta caíra no chão deixando-me com uma roupa nada decente, ao acordar encontrei Marcelo na porta do quarto, seu olhar era diferente, constrangida puxei a coberta e permaneci na cama. Ele deu as costas e foi para o seu quarto. Quando desci para o almoço não consegui dizer uma palavra, ele me olhava agora como mulher. Sua atitude nesses dois meses era diferente, não perdia uma oportunidade de fazer gracejos, me olhava despindo-me, parecia querer devorar-me. Foi aí que resolveu mudar minha vida.

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